Os corredores ecológicos são áreas de vegetação que conectam fragmentos de habitats naturais que foram separados pela ação humana. Eles têm como função facilitar o movimento de animais e plantas entre esses fragmentos, aumentando a diversidade genética e a conservação da biodiversidade. Os corredores ecológicos também contribuem para a recuperação de áreas degradadas, a dispersão de sementes e a manutenção de serviços ecossistêmicos, como a regulação do clima e da qualidade da água.
Os corredores ecológicos podem ser definidos por lei, como no caso da Resolução Conama nº 91, que estabelece critérios para sua identificação e proteção. Eles também podem ser criados por iniciativas de organizações não governamentais, comunidades locais ou proprietários rurais, que buscam restaurar a vegetação nativa em áreas estratégicas para a conectividade da paisagem.
Como os corredores ecológicos foram criados?
O conceito surgiu durante os anos 90, em meio à debates na comunidade científica. Ele foi considerado como uma das principais estratégias a utilizar na conservação da biodiversidade. No Brasil, o conceito foi incorporado à legislação em 1993 pelo decreto Decreto no 750, já revogado, que dispunha sobre "o corte, a exploração e a supressão de vegetação primária ou nos estágios avançado e médio de regeneração da Mata Atlântica". Ali havia a proibição de "exploração de vegetação que tenha a função de (...) formar corredores entre remanescentes de vegetação primária ou em estágio avançado e médio de regeneração".
Os corredores são criados com base em estudos sobre o deslocamento de espécies, sua área de vida e a distribuição de suas populações. A partir das informações obtidas são estabelecidas as regras de utilização destas áreas, a fim de amenizar e ordenar os impactos ambientais das atividades humanas. Estas regras farão parte do plano de manejo da Unidade de Conservação à qual o corredor estiver associado.
Após os estudos, os corredores ecológicos só se tornam oficiais quando ganham reconhecimento do Ministério do Meio Ambiente. Até o momento foram reconhecidos apenas dois corredores: o primeiro é o Corredor Capivara-Confusões, que conecta o Parque Nacional da Serra da Capivara ao Parque Nacional da Serra das Confusões. O segundo é o Corredor Caatinga, cujo área engloba 8 unidades de conservação entre os estados de Pernambuco, Bahia e Sergipe. Além destes, hoje, existem outros 7 corredores ecológicos em fase de implementação ou estudo pelo Ibama. Cinco deles estão na Amazônia: Corredor Central da Amazônia, Corredor Norte da Amazônia, Corredor Oeste da Amazônia, Corredor Sul da Amazônia e Corredor dos Ecótonos Sul-amazônicos. Outros dois na Mata Atlântica: Corredor Central da Mata Atlântica e Corredor Sul da Mata Atlântica (ou Corredor da Serra do Mar).
Por que os corredores ecológicos são importantes?
Os corredores ecológicos são uma forma de compensar os impactos negativos do homem no meio ambiente, garantindo que áreas fragmentadas possam ser conectadas. Plantas e animais são diretamente impactados pela fragmentação de ambientes.
No caso dos animais, eles são impedidos de circular livremente por grandes áreas, sendo necessário cruzar ambientes sem seu habitat natural para chegar a outro fragmento. Nesse momento, muitos animais, podem ser predados, capturados ou, até mesmo, atropelados, quando, por exemplo, entre os fragmentos, há estradas.
As plantas são também prejudicadas, uma vez que sua propagação é comprometida. A polinização e a dispersão de sementes, por exemplo, podem não ocorrer, o que dificulta a dispersão da espécie por outras áreas. Além disso, com o tempo, a fragmentação pode levar ao surgimento de subpopulações.
Os corredores ecológicos são, portanto, uma importante ferramenta para mitigar os impactos da fragmentação dos ecossistemas e promover a conservação da natureza em diferentes escalas.
Referências
https://uc.socioambiental.org/noticia/141599
https://brasilescola.uol.com.br/amp/biologia/corredores-ecologicos.htm
https://www.biologianet.com/amp/ecologia/corredores-ecologicos.htm
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